OBJETIVO 4
CRIAÇÃO E GESTÃO DE ESPAÇOS DE PROMOÇÃO DAS CULTURAS INDÍGENAS
NO ESTADO DE SÃO PAULO
Promover a criação e gestão participativa de espaços que promovam o diálogo intercultural entre indígenas e não-indígenas, tais como Museus, Centros Culturais e outros.
Com a intenção de construir espaços que promovam a aproximação, o entendimento e a valorização da sociedade brasileira com as expressões culturais indígenas, bem como a salvaguarda de seus saberes e práticas tradicionais, o Instituto Maracá tem como objetivo promover a criação e a gestão, em conjunto com representantes indígenas, de espaços como museus e centros culturais.
Os antigos museus etnográficos vêm revendo seus papéis e procurando se atualizar frente às novas demandas e contextos sociais. Os museus etnográficos, museus de antropologia e outros, vêm, cada vez mais, sendo compreendidos como espaços privilegiados para promover o diálogo e a aproximação com outros povos e culturas. Ao promover a reflexão sobre os conceitos de cultura, sociedade, patrimônio e diversidade cultural, contribuem para a construção de sociedades mais tolerantes e com maior respeito às diferenças, bem como para a construção da história, das identidades coletivas e da cidadania.
Também no contexto brasileiro as discussões sobre esse tema vêm se intensificando. Diversas exposições em museus sobre a questão indígena, discussões e pesquisas nas universidades e nas aldeias apontam para a necessidade e importância de criação de espaços que abordem temáticas indígenas a partir de conceitos inovadores.
Apesar da enorme diversidade étnica e cultural do Brasil, são raras no país as instituições dedicadas especificamente à divulgação das culturas indígenas. Os mais importantes museus etnográficos do país, que poderiam agir nessa área, têm como foco principal a pesquisa, e não a relação com o público, de forma que os museus voltados ao público brasileiro são poucos, e quase não há investimento neles.
Uma unidade museológica que aborde a história e as culturas indígenas no Brasil complementaria o espectro de equipamentos culturais da cidade de São Paulo e atenderia à demanda de representantes indígenas de terem um espaço para mostrarem, pesquisarem e afirmarem, a seu próprio modo, suas formas contemporâneas de existência, seu pensamento, sua arte e sua história.
A participação efetiva e a gestão compartilhada, a autoria dos representantes indígenas na elaboração dos conteúdos e das formas como essas informações serão transmitidas ao público são centrais neste projeto.
Propomos a criação de um tipo de unidade museológica inovadora na cidade São Paulo que além de abordar a arte, a história e as culturas indígenas no Brasil, constitua em um espaço que possibilite a aproximação, o entendimento e a valorização da sociedade brasileira com as expressões culturais indígenas.
Este espaço a ser criado na cidade de São Paulo é entendido como um espaço privilegiado para a promoção do diálogo intercultural, a partir da reflexão crítica sobre os conceitos de cultura, sociedade, patrimônio e diversidade cultural. Desta forma, contribui para a construção de sociedades mais tolerantes e democráticas.
A criação deste espaço procura também atender as demandas de representantes indígenas de terem um espaço para mostrarem, pesquisarem e afirmarem suas formas contemporâneas de existência, de pensamento, arte e história, a partir de seus modos e olhares próprios.
Alguns eixos que norteiam o projeto de criação desse espaço são:
A criação de experiências e propostas criativas e inovadoras de aproximação do público em geral com o universo dos povos indígenas, conduzidas pelos próprios indígenas;
A participação de representantes indígenas nas instâncias de decisão, gestão, e definições conceituais do Museu;
A formação e o fortalecimento de representantes indígenas e de suas comunidades através de metodologias de intercâmbio, troca de saberes e experiências, e articulação em rede;
A articulação institucional e a construção de parcerias com instituições públicas e privadas e com instituições de ensino e pesquisa.
O desenvolvimento de pesquisas e estudos sobre coleções e acervos etnográficos de cultura material e imaterial, arte, história e culturas indígenas, em colaboração com os próprios indígenas e com pesquisadores acadêmicos.
A criação de referências e conteúdos para a aplicação da Lei 11.645, de 10 de março de 2008, que instituiu a obrigatoriedade da temática “história e cultura afro-brasileira e indígena” no currículo oficial das escolas de ensino fundamental e ensino médio, públicos e privados.
A criação e gestão de acervos digitais, banco de dados e plataformas que reúnam e organizem informações sobre acervos e etnográficos no Brasil e no mundo, facilitando o acesso e identificação dos acervos etnográficos já disponíveis de forma digital.
A criação de projetos de exposições sobre a arte, história e cultura dos povos indígenas, sempre a partir de processos e metodologias colaborativas e participativas.